quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SERÁ QUE ELE VOLTOU?



Ontem, dialogando com uma amiga, fiquei surpreso quando ela me disse que estava conversando com o POLEMICO E IRREVERENTE MARGARIDA. Aí eu comentei com um amigo que estava do meu lado, SERÁ QUE O JORGE JOSÉ EMILIANO DOS SANTOS voltou do além, pois pelo que eu sei "O Margarida" morreu em 1995 de Aids, como poderá estar agora conversando com ela. Ela ainda insistiu que era ele, duvidando de mim quando a disse da sua morte há 16 anos atrás. Nada como esclarecer e mostrar fatos, mesmo por que, quando estávamos na Federação Bahiana de Futebol, ao lado de Everton Cerqueira, em 1990, o trouxemos duas vezes para arbitrar jogos do nosso Campeonato Baiano. Lembrei também da palestra na noite anterior do diretor da CBFS Paraguassú Fisch, que colocou um vídeo sobre a "desenvoltura" de um determinando árbitro em campo de jogo. Noildo da Paixão já havia mostrado este vídeo aqui durante o Curso de Arbitragem. Juntando uma coisa com a outra, resolvi pesquisar e publicar que Jorge Emiliano e Clésio Moreira são pessoas distintas e que MARGARIDA existe e se perpétua a cada instante pelos rincões do nosso Brasil.

SOBRE MARGARIDA, O ORIGINAL

Árbitro de futebol carioca, um das personalidades mais folclóricas dos campos brasileiros após assumir sua homossexualidade. Jorge José Emiliano dos Santos, seu nome de batismo, começou sua carreira profissional em grande forma no estádio da Gávea, num Flamengo 3 x Volta Redonda 1 durante a primeira rodada, em 1988, e tornou-se uma sensação.
Margarida, nome artístico de Jorge Emiliano, era o juiz mais irreverente e honesto do mundo. Era dono de um mico rosa
Considerado um árbitro de bom nível técnico, acostumara-se a apitar autênticas guerras nos campos de praia do Rio de Janeiro, onde ganhou o apelido. Também bom de marketing, Margarida tinha exata noção do interesse que despertava no público com seus trejeitos e requebros durante as partidas. Costumava enfrentar os jogadores e desmunhecar ao dar cartões punindo faltas graves. O estilo de apitar, com as mãos revirando e os pés tocando com leveza o gramado, num bailado espalhafatoso, transformou-o numa atração à parte dos campeonatos de futebol. Irreverente e polêmico, chegou a ser jurado de programa de auditório e comentarista em duas emissoras de rádio. Margarida tinha como ídolo o lendário árbitro Armando Marques, afirmando que também possuía alma teatral. Morreu aos 41 anos, em 21 de janeiro de 1995.
MARGARIDA E SEUS TREJEITOS
Em mil novecentos e bolinha alguém disse que futebol é feito para homem, e a partir daí a “zagueirada” se considerou no direito de dar botinadas continuamente e ainda repetir esse preconceituoso bordão. Com a introdução do cartão amarelo, a partir da Copa do Mundo de 1970, jogadores violentos começaram a perder espaço no futebol devido ao rigor da arbitragem. Assim, o condenável conceito de bater da medalhinha pra baixo caducou.
Certamente essa propagação de que “futebol é feito para homem” retardou a consolidação do futebol feminino no Brasil. Hoje, com caneleiras protetoras, elas podem dividir bola sem o temível receio de marcas nas pernas, outrora provocadas por travas de chuteiras adversárias. Assim, mantêm a feminilidade e elegância.
Talvez essa conceituação ditatorial de que “futebol é feito para homem” resulta em comportamento discretíssimo de homossexuais que compartilham da modalidade. Afinal, você conhece algum jogador de futebol profissional que tenha afirmado publicamente a sua homossexualidade? Que existe, existe. Geralmente esses casos são camuflados por motivos óbvios. É difícil surgir um corajoso como o britânico Justian Fashanu, considerado o primeiro jogador de futebol no profissionalismo a assumir publicamente a sua homossexualidade. Isso ocorreu na Inglaterra em 1990, mas a carreira só se prolongou por mais oito anos. Ele foi denunciado de abuso sexual a um menor de idade e teve de se afastar do meio.
No amadorismo o tabu já foi quebrado em 2007 com a realização da primeira Copa do Mundo de Futebol Gays e Lésbicas, disputada em Buenos Aires, na Argentina, com participação de 14 países, sem a inclusão do Brasil.
Técnicos gays também estão espalhados por aí. O quebra-cabeça é identificá-los, porque não são assumidos.
A rigor, gay assumido, mesmo, foi o árbitro carioca Jorge Emiliano, o Margarida, que completaria 57 anos de idade em março, se fosse vivo. Paciente aidético, morreu aos 41 anos de idade, no dia 21 de janeiro de 1995.
Margarida integrou o quadro de árbitros da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, e estreou apitando no Estádio da Gávea, na vitória do Flamengo sobre o Volta Redonda por 3 a 1 em 1988.
Tecnicamente era até considerado um bom árbitro. O problema era o marketing pessoal. O desmedido desejo de aparecer mais que os artistas do evento, os jogadores, era notório com seus trejeitos e a forma como desmunhecava na aplicação de cartões amarelos. Por isso ingressou no bloco dos folclóricos.
Quando apitava jogos do ex-atacante e hoje treinador Renato Gaúcho, pelo Campeonato Carioca, sempre arrumava um jeito de mostrar-lhe cartão amarelo. E fazia de uma forma carinhosa.
Hoje, podem ser identificados imitadores de Margarida espalhados pelo Brasil, um deles o catarinense Clésio Moreira dos Santos, de Palhoça, região metropolitana de Florianópolis. Esse ex-árbitro fez questão de usar uniforme cor-de-rosa e trejeitos acrobáticos. Como diferencial, é casado e pai três vezes.

O MARGARIDA - GENÉRICO

Clésio Moreira dos Santos, mais conhecido como Margarida, nascido em Palhoça,em 8 de Janeiro de 1958, iniciou apitando "peladas". Em 1988 fez um curso para árbitro, no qual se formou no ano seguinte, começando então a atuar nas categorias de base.
Clésio informa que se inspirou na atuação de três juizes. Misturou os estilos de Roberto Nunes Morgado, Jorge Emiliano dos Santos (o Margarida carioca), ambos já falecidos e de Alvir Renzi, de Blumenau. Adaptou algumas criações próprias e criou o tipo "Margarida" de Santa Catarina.
O árbitro apitava partidas oficias pelo campeonato Catarinense. Margarida é simplesmente um show á parte, assisti alguns vídeos de jogos apitados por ele, além de bom arbitro valia o ingresso só para vê-lo atuar.
Hoje em dia Clésio não comanda mais jogos oficias somente de caráter amistoso, festivo e beneficente mesmo assim continua dando um banho, com o seu tradicional uniforme cor-de-rosa. E tem contatos com jornalistas, cronistas esportivos e uma legião de fãs por todo o Brasil. Em maio, ele esteve em Irecê, aqui na Bahia, acompanhando Zico, quando da implantação de sua Escolinha Zico 10, na Arena Cometa.
QUEM É
A presença de Clésio Moreira dos Santos, o popular Margarida, que estourou na mídia nacional em 2003, sempre atraiu centenas de torcedores e fãs. A ousadia deste árbitro de futebol, que entra em campo com trajes cor-de- rosa, incluindo meias e chuteiras, é recompensada pela resposta positiva de quem vê neste esporte, um verdadeiro espetáculo. Brincando, diz que só falta a lingerie rosa, por falta de numeração.
E espetáculo era a palavra certa para definir a atuação de Margarida. Além de excelente juiz, era - e ainda é -, também um excelente showman. Sua presença é garantia certa de público em massa. E quem não o viu, certamente se arrependeu. Não só o paramento diferenciado, mas a forma como se porta em campo como Margarida, faz os torcedores, de ambos os times em campo, irem à loucura. Na hora de dar um cartão, praticamente se dobra ao meio, para segundos depois apresentar o cartão literalmente na cara do jogador. Nas jogadas que exigem manobra rápida em direção contrária, prefere correr "aos pulinhos", de costas, numa performance de dar inveja aos melhores coreógrafos e bailarinos.
Com 53 anos, iniciou apitando "peladas". Em 1988 fez um curso para árbitro, no qual se formou no ano seguinte, começando então a atuar nas categorias de base. O juiz "Margarida" nasceu em 1994. Clésio conta que três juizes serviram de inspiração. Ele misturou os estilos de Roberto Nunes Morgado, Jorge Emiliano (o Margarida carioca), ambos já falecidos e Alvir Renzi, de Blumenau, adaptou algumas criações próprias e fez surgir o "Margarida" de Santa Catarina. E como Margarida, pode atuar somente em jogos festivos, amistosos e beneficentes.
Tendo como profissão representante comercial no ramo da confecção em Florianópolis, ele confessa que não gosta muito de futebol. "Jamais sairia de casa para ir a um estádio assistir a uma partida", ressalta. Mas quando o assunto é apitar, a coisa muda de figura. Nada o segura em casa. Nem a mulher e os três filhos. Aliás, este "pequeno" detalhe muitas vezes surpreende quem não o conhece. Isso porque muita gente acredita que, por ter um estilo totalmente irreverente, onde o rosa predomina, sua opção sexual também é nesta direção.
Clésio, ou Margarida, destaca sua atuação em cinco decisões estaduais. Como jogo mais importante, aponta o clássico Figueirense e Avaí, em 1999. Torcedor do Guarani de Palhoça (2ª divisão), diz que seu relacionamento com os jogadores, como árbitro "normal" ou como Margarida, é o mais respeitoso e cordial possível. "Os próprios jogadores dizem que gostam quando estou arbitrando, pois ficam mais à vontade". Para ele, o pior para se lidar jogador dentro de campo é aquele que leva a faixa de capitão do time. "Geralmente estes se acham no direito de palpitar na arbitragem".
Com atuação em todo o País, Clésio também é conhecido no exterior, tendo sido o único árbitro internacional a apitar na 11ª Copa Caribe de Futebol, em Cancún, no México, já tendo sido contratado inclusive para a edição do ano que vem. E olha que ele foi como Margarida.
Causando furor na mídia nacional, foi entrevistado especial no programa no "Terceiro tempo", Milton Neves, ainda na na Rede Record. Também esteve como convidado de Jô Soares. E tudo pelo Margarida. Aliás, salienta que se dependesse de sua vontade, pararia hoje mesmo de apitar como o juiz Clésio. "Por mim já pararia no profissional e só faria show como Margarida". Os fãs agradecem.

Em tempo: Acabamos de receber o seguinte recado de Clésio: "Você esqueceu de mencionar que eu sou percusor da cor rosa dentro do futebol nacional e até mesmo mundial, pois depois que eu comecei a usar o cor de rosa, até times profissionais estão usando". (às 11h40)

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