Considerando-se o ser humano como
instrumento emissor e receptor no processo de comunicação e levando-se em conta
a carga pessoal que cada um imprime no ato de comunicar-se, no que tange às
suas preferências, sua bagagem cultural e peculiaridades, percebemos que para
cada pessoa, um mesmo estímulo de mensagem será decodificado e absorvido de
maneiras completamente diferentes.
A simpatia entre as pessoas tende
a produzir sentimentos de reciprocidade e a manifestação de suas afinidades.
Desta forma, é a partir de situações espelho, isto é, aquelas situações onde
nos “encontramos” na maneira como o outro é, vive, pensa, age e reage, é que
surgem os afetos.
Semanticamente, a expressão afeto
é definida como sendo o “Sentimento benévolo e terno para com alguém” e tem
como sinônimos as palavras: “amor, amizade, ternura e simpatia”.
Muitas vezes os afetos nascem
despretensiosamente frutos de um encontro casual. Em outras ocasiões, fruto de
um convívio mais prolongado ou simplesmente pelo exemplo que o outro passa a
representar para nós. Paralelamente, algumas vezes, os afetos nascem de
situações inusitadas, frutos de acontecimentos repletos de dor e tristeza como
os falecimentos, as doenças, os acidentes e as tragédias. Nessas ocasiões
inclusive, é que realmente percebemos quem são de fato nossos verdadeiros
amigos.
Os afetos e desafetos por alguém
ficam gravados em nós para sempre, mesmo que esta ou aquela pessoa saia de cena
por qualquer circunstância. O registro desses sentimentos é o que compõem em
nós a chamada memória afetiva.
A memória afetiva é o arquivo de
todas as nossas emoções vividas, positivas e negativas, que funciona como um
estímulo referencial para o que já vivemos, o que estamos vivendo e o que ainda
viveremos. É através dela que vamos construindo, tijolo por tijolo, a obra que
somos.
Aquilo que depositamos em nossa
memória afetiva tem um impacto muito grande no empreendimento que podemos vir a
ser, considerando-se que somos uma obra em construção.
Todos os afetos e desafetos que
constituem essa biblioteca colossal dentro de nós chamada memória afetiva,
podem servir para produzir frutos saudáveis, os quais servirão de alimento
constituinte e reconstituinte para nosso crescimento pessoal e espiritual, ou
para produzir pragas e frutos doentes, que desencadearão uma série de traumas,
revoltas e sentimentos nocivos, os quais afetarão, primeiramente a nós mesmos,
e conseqüentemente, a todos os que convivem conosco.
A forma como lidamos com os
afetos e os desafetos no nosso dia-a-dia e a capacidade que temos ou
desenvolvemos para aproveitá-los e/ou superá-los, é que definirá a maneira como
enxergamos o nosso próprio eu e, como interagimos e interagiremos com o mundo e
com as pessoas ao nosso redor, uma vez que, tanto os afetos quanto os desafetos
são instrumentos poderosos que podem nos edificar ou nos destruir, nos
manipular ou nos libertar.
Administrar bem a memória afetiva
é semear em terra fértil. É aguar e por esterco no jardim da vida. É cuidar do
terreno da alma e do coração, para que as borboletas se acheguem e os lírios se
desabrochem. E o grande segredo para tudo isto é nunca se esquecer de manter o
jardim sempre limpo e organizado. Não se esquecer que as podas são necessárias
e não significam exatamente remoção, perdas e sim reestruturação e
renascimento.
Em tempos modernos, onde os
relacionamentos estão cada vez mais voláteis mais líquidos e totalmente
transponíveis, tudo e todos são facilmente, ou pelo menos aparentemente,
substituídos com a mesma velocidade e freqüência com a qual trocamos de roupas,
sapatos e acessórios. Tudo aquilo que deveria ser sólido, integral, profundo,
uma vez que estamos lidando com pessoas e não com coisas, estamos falando de
sentimentos e não de idéias, se funde, se liquefaz quase que inconsciente e ao
invés de nos encontrarmos e de criarmos laços de afetos, acabamos nos perdendo
e sendo vítimas no cativeiro dos desafetos mal resolvidos.
SE DESAGRADAMOS, NÃO PRESTAMOS
SE DESAGRADAMOS, NÃO PRESTAMOS
Enquanto não desagradamos alguém, somos bons... melhores...
Mas... quando temos que tomar posições, e dessas desagradamos interesses de outrem... somos enxovalhados....
Todas essas pessoas que conhecemos e que
falam agora de nós pelos cotovelos, com certeza nunca tiveram um ato ridículo, nunca
sofreram enxovalho, nunca precisaram de lições, nunca foram senão príncipes - todos
eles príncipes - na vida... Quem nos dera ouvir de alguém a
voz humana, que confessasse não um pecado,
mas uma infâmia; que contasse, não uma violência,
mas uma covardia!
Não, são todos SANTOS, se os
ouço e me falam. Quem há neste largo mundo que nos confessasse que uma vez foi vil? Ó príncipes, meus irmãos... Lobos em pele de cordeiros. Arre, estamos fartos de hipócritas!
Onde é que há gente no mundo? Então somos nós apenas que erramos nesta terra e por isso, agora, somos vis, sem índole e não prestamos.
Ah! Quanta hipocrisia. Ó Príncipes, dignos de pena por imaginar que tudo se faz e se ganha na base da ameaça, da pressão, da agressão, e quando ganha transforma em cacos o troféu.
Oh! pseudos príncipes que desrespeitam LEIS e fazem de sua própria: a verdade.
Ah! Quanta hipocrisia. Ó Príncipes, dignos de pena por imaginar que tudo se faz e se ganha na base da ameaça, da pressão, da agressão, e quando ganha transforma em cacos o troféu.
Oh! pseudos príncipes que desrespeitam LEIS e fazem de sua própria: a verdade.
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